A comemoração do 8 de Março tem lugar num quadro de uma grande ofensiva contra os direitos das mulheres e a sua luta emancipadora.
Cada medida imposta por via do Memorando de Entendimento, aprofunda o abismo entre a aspiração da larga maioria das mulheres em afirmar o seu papel, os seus saberes e capacidades – no plano profissional, social e cultural – e o agravamento de forma brutal das suas condições de vida e de trabalho, associado ao seu crescente empobrecimento, nomeadamente das mulheres oriundas das classes trabalhadoras e populares.
Em Coimbra com o aumento do número dos desempregados, é também aqui que se sente as diferenças no que esta nova crise aprofunda as diferenças entre homens e mulheres. Sendo que estas são 8 mil a mais que os homens.
No trabalho, as diferenças salariais entre mulheres e homens chegam a superar os 30%, realidade que atravessa os diversos sectores de actividade.
A discriminação sente-se também com negação do direito das trabalhadoras a serem mães sem penalizações, muitos exemplos poderiam ser dados mas recordamos apenas alguns: o adiamento da decisão de ter filhos face à instabilidade laboral; as crescentes pressões (directas e indirectas) para que as trabalhadoras abdiquem de exercer a licença de maternidade na totalidade; os cortes em importantes prestações sociais de apoio à família (abono de família, subsídio pré-natal, etc. )
Neste 8 de Março, a DORC do PCP saúda as mulheres que se assumem como sujeitos activos na intensa luta que se trava no nosso país – nas empresas e locais de trabalho, nas cidades e nos campos – contra a exploração, o empobrecimento e o retrocesso social. Uma luta que mostra que as mulheres não calam, não consentem, nem se resignam perante o Pacto de Agressão e as alterações à legislação laboral, que representam um inaceitável «ajuste de contas» com os valores, direitos e conquistas das mulheres e com a sua luta emancipadora.
No dia 8 de Março, a DORC do PCP leva a cabo na Praça 8 de Maio, às 14 horas uma distribuição do folheto comemorativa do 8 de Março, às mulheres, e às trabalhadoras da Marigold em Poiares e ainda uma série de empresas até ao fim da semana. Estas acções servem para afirmar a confiança no papel da luta das Mulheres, em defesa dos seus direitos.
Uma acção que apelará a uma forte adesão das trabalhadoras, do sector público e privado, na Greve Geral de 22 de Março, convocada pela CGTP-IN. Porque é pela luta que as mulheres defendem os seus direitos.
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